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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Abismo Anhumas, Eu Fui!

Como havia falado antes, no dia de hoje estava na agenda o Abismo Anhumas. Dá nome ao local a ave chamada anhuma, que antes habitava a região e agora é encontrada com maior facilidade no pantanal.
Acordei seis e meia da manhã, tomei meu café e parti para o abismo. Frase de expressão, não é? A estrada estava ensolarada e orvalhada. Eu, o marea e a Ana Prada, essa na trilha sonora, a pleno contentamento.
Após aproximadamente vinte quilômetros de estrada de terra, cheguei ao local, fazenda com porteira e tudo mais.
Na verdade estou demorando no relato do percurso em razão de uma limitação: o passeio ao Abismo Anhumas é de dificílima descrição. Durante toda a sua realização fiquei profundamente impactado com o que estava vivendo, assim como ainda estou horas depois. Afirmar que o que todos passamos no grupo do passeio se assemelha ao melhor filme de aventura natural hoje em cartaz nos cinemas talvez seja dizer pouco.
Vou tentar explicar em detalhes. O passeio começa por uma pequena fresta no topo de uma colina, que na realidade é a superfície externa da caverna. A descida de rapel em pares já é algo alucinante, é fácil descer, e compreende 72 metros de altura, na maior caverna submersa até hoje registrada no mundo, contando com aproximadamente 100 metros por 80 metros na superfície do lago, mais 80 metros de profundidade em partes desse lago.
A visão é de uma enorme caverna, minimamente iluminada, dotada de um vasto lago azul e complexamente adornada pelas mais variadas formas de calcário próprias das cavernas.
Chegando ao trapiche montado sobre um canto do lago, tem vez o passeio de bote com o pessoal de apoio que já está na caverna, ocasião em que é mostrada a parte situada sobre a água em detalhes. É impressionante!
Uma curiosidade engraçada: o nome de um dos supervisores da equipe da caverna é Aladin, dotado de um excelente senso de humor, um gênio do humor diria...
Depois vem a parte propriamente aquática. Há duas possibilidades: mergulho com ou sem tubo. O mergulho com tubo requer certificação do turista, que não é o meu caso. Fui ao mergulho com espessa roupa de neoprene, botas, snorkel e lanterna.
A água é gelada e totalmente transparente. Foi quase um mergulho noturno. O que se vê é impactante: está além do que se pode imaginar e complementa a visão que temos na parte localizada sobre a água, agora com abismos imperscrutáveis e misteriosos.
A rarefeita luz da fresta superior, que vai mudando conforme a posição do sol, minimamente resiste ao breu da gruta, que impera ainda sobre os tímidos fachos das lanternas. A luz incide sobre a água formando uma superfície azulada.
Habitam a caverna alguns morcegos, o que é normal, elevado número de lambaris, os quais teriam chegado lá pelos excrementos das aves, além de uma espécie de camarão albino. Os camarões sobrevivem aos lambaris por habitarem uma profundidade do lago em que os peixes não chegam.
Terminado o meu tempo na caverna, restou a etapa mais difícil: a subida pelas minhas próprias forças pelas cordas até a fresta superior. Lembro que são 72 metros. A despedida é quase tão surpreendente quanto a chegada.
No treinamento do dia anterior e no próprio passeio conversei com uma garota que por acaso descobri que foi estagiária do nosso TRF. Mais preparada e corajosa, ela empreendeu o mergulho com tubo.
Bom, acho que consegui explicar o mínimo do que o passeio significa, algo mais as fotos podem traduzir. Eu recomendo que façam o passeio.
No final do dia, para relaxar, desci aproximadamente um quilômetro das corredeiras do Rio Formoso em uma bóia, o chamado bóia-cross.
Bonito é demais!




2 comentários:

Tatiana Tamiosso disse...

Nossa...incrível!!! Não é por acaso que Bonito foi eleito novamente o melhor lugar para ecoturismo do Brasil!

Vivi disse...

Que aventura maravilhosa!!! Meu Deus! Fico feliz que encontraste uma representante dos estagiários lá, ao menos eu mandei alguém, viste? hahahah