Quarta-feira amanheci
Após o almoço parti da cidade morena, nome pelo qual é conhecida Campo Grande, rumo a Três Lagoas, última localidade da minha permanência no Estado do Mato Grosso do Sul, terra que deixa muita saudade por tudo que registrei até agora neste blog, bem como por outros motivos mais.
Já na quinta-feira de manhã, a partir de Três Lagoas, segui viagem rumo ao Estado de São Paulo.
Ao cruzar a divisa pela barragem da Usina de Jupiá adentrando o Estado de São Paulo, percebi que não seria exagero dizer que se trata de um outro país. A paisagem humana é completamente distinta. De um Mato Grosso do Sul preponderantemente rural e de estradas modestas e desertas, o ingresso
Parei para almoçar em Araçatuba e segui viagem até Penápolis, que me causou uma impressão muito positiva. Lá tive a maravilhosa oportunidade de conhecer o Museu do Sol, espaço privilegiado para o contato com belíssimas amostras de arte Naïf ou Primitivista.
Sempre ouvi falar das pérolas engastadas no interior de São Paulo e ao conhecer Penápolis indiscutivelmente tive certeza de estar diante de uma delas. A cidade tem sua base econômica na exploração da cana-de-açúcar e revela uma estrutura urbana histórica plenamente preservada através de moradias conservadas com cuidado e espaços públicos valorizados e ativos. A cidade foi e é pujante e suas imagens revelam tal realidade.
Voltando ao Museu do Sol, trata-se de espaço localizado em uma linda casa que já foi a sede do clube da cidade e recebeu o acervo das obras criadas por Iracema Arditi, artista primitivista brasileira com reconhecimento internacional. A partir de então o museu passou a receber obras de artistas nacionais e internacionais do gênero Naïf ou Primitivista. Mais: o seu acervo já esteve na França e na Alemanha com pleno reconhecimento de sua qualidade. É mais um caso de desconhecimento nacional.
As obras expostas, em número que supera uma centena, são um mosaico temático e técnico variadíssimo e comovem pela demonstração das profundas raízes do povo brasileiro. Como é uma arte feita pelo povo, o zeloso guardião do acervo relatou que em muitos casos é quase impossível localizar os autores das obras depositadas no museu, dada a mobilidade dos pobres deste país. Anexei fotos do portal de entrada do museu, obra representada por entalhe em madeira da autoria de artista popular natural de Jundiaí, e de sua fachada. Após a apreciação do deslumbrante acervo tive muita curiosidade em pesquisar sobre os fundamentos da arte Naïf ou Primitivista.
De Penápolis segui para Tatuí, tida por Capital Nacional da Música.
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